domingo, 28 de outubro de 2012

O Ganho e Perda dos Partidos Políticos nas Eleições Municipais 2012

por Dennis de Oliveira Santos

Pode-se concluir que as alianças e as hegemonias conquistadas nos últimos anos tiveram poucas alterações, na verdade só foram reafirmadas nessas disputas municipais...

O PT tendo conquistado mais de 400 municípios e sendo o terceiro partido com maior número de prefeituras permanece acomodado como grande partido do país que conquistou essa hegemonia nos últimos anos. Acontecimento que se deve a conjuntura nacional da estabilidade econômica do governo Dilma (com altos índices de aprovação popular) e o importante papel desempenhado pelo carismático cabo eleitoral Lula, o qual serviu de apoio aos principais candidatos petistas nas capitais. Contrariando o sensacionalismo midiático, o caso mensalão teve um peso pífio nessas eleições – pouco influenciou em vista de que a população votou tendo em mente o bom momento econômico que ocorre no país e das políticas públicas que atende a ela ao invés de prestar atenção nos casos de corrupção que estão sendo julgados.

O PSDB permanecerá sendo a legenda de voz mais expressiva em oposição a hegemonia petista ao ter o segundo maior índice de aprovação de prefeitos. Destaque para o grande número de vereadores eleitos na região Sudeste, o qual terá peso determinante na gestão de cidades mesmo que sejam governadas pelo lado oposto. Os tucanos também tiveram um bom desempenho no Nordeste, sendo que em Recife, Teresina, Maceió e João Pessoa seus candidatos venceram ou foram para a disputa do segundo turno. Neste cenário percebe-se também um recuo no Ceará, onde a histórica hegemonia do cacique Tasso Jereissati teve queda ao não conseguir eleger Marcos Cals e cedendo espaço aos irmãos Gomes na região. Além disso, em São Paulo Serra vai ao segundo turnom, mas bastante desgastado ao representar para o eleitorado o continuísmo de uma prefeitura atual bastante desgastada.

O PMDB retoma o seu protagonismo de grande partido em eleições municipais ao se agigantar nas disputas regionais e torna-se o grupo político que mais conquistou prefeituras no primeiro turno – 724 até o momento. Grande aliado do PT no Planalto, sua penetração nacional é majoritária e servirá de importantíssima base aliada ao atual governo para as próximas eleições.

Destaque para os ganhos obtidos pelo PSB, o qual preconizou a novidade desta eleição. E aí destaca-se dois aspectos para o futuro político próximo do país...
1) Com mais prefeituras na mão o partido vai ter um bom poder de barganha para conquistar mais ministérios e espaço no governo de Dilma, dando prosseguimento à aliança PT-PSB para o quadro nacional.
2) Claramente o nome de Eduardo Campos de Pernambuco vem ganhando projeção nacional para um futuro como ministro, tendo sigo elogiado até por opositores tucanos em sua gestão. Ele conseguiu demonstrar a capacidade de levar seu nome para além das fronteiras do estado que governa, exceto para Minas, onde teve que aceitar uma aliança com Aécio.

O DEM sofreu uma grande derrota nessas eleições, está hoje quase reduzido a pó - especialmente com a pulverização do campo da direita conservadora no Brasil. Parte desta migra rapidamente para o PP, que desde Maluf sabe como transitar nas esferas de extração de recursos públicos e fazer alianças com o grupo de Dilma. Hoje, a sigla luta para manter um vínculo com o mundo do agrobusiness, mas diante do eleitorado perdeu muita força. Continua respirando em poucas capitais, como é o caso de Aracajú e Salvador.