As Relações Entre Indivíduo e Sociedade
a partir das Teorias Sociológicas
(Resumos e notas de aulas acerca
das teorias da sociologia clássica e contemporânea)
por Dennis de Oliveira Santos
1. O pensamento sociológico em
todo o seu trajeto histórico preocupou-se em desenvolver matrizes de pensamento
que com base empírica gerassem um modelo explicativo na compreensão de como a
sociedade influencia o comportamento individual dos sujeitos, como também do
modo contrário. Isso é perceptível tanto nas teorias clássicas (Marx, Durkheim
e Weber), como também em sociólogos contemporâneos (Pierre Bourdieu e Norbert
Elias).
2. Socialização é a assimilação
de hábitos característicos do seu grupo social, todo o processo através do qual
um indivíduo se torna membro funcional de uma comunidade, assimilando a cultura
que lhe é própria. O processo de socialização inicia-se após o nascimento, e
através, primeiramente, da família ou outros agentes próximos da escola, dos
meios de comunicação de massas e dos grupos de referência.
3. De caráter privado – família
De caráter público – escola, estado, cultura, religião, tribos urbanas, etc. De
caráter público e privado – meios de comunicação (internet, jornais, televisão,
rádio). Os comportamentos sociais são mutáveis, estão em constante
transformação a todo instante.
4. Análise das classes sociais:
a divisão da sociedade em classes é uma decorrência de determinadas relações
sociais de produção constituídas no nível da estrutura social. Configuração
básica das classes sociais: 1) proprietários dos meios de produção (burguesia)
2) Trabalhadores, não proprietários (proletários) O homem se distingue dos
outros animais pela capacidade de organizar o seu trabalho (atividades).
5. Marx aponta que o Estado
surge na história como o resultado da divisão da sociedade em classes sociais.
O Estado surge como instituição que visa minimizar os conflitos de classe,
mas no sistema capitalista acaba favorecendo a classe burguesa. Os indivíduos
devem ser compreendidos no contexto social da classe que eles estão
interligados.
6. Método de análise
desenvolvido: parte da sociedade para os indivíduos sociedade preponderante e
transcendente. FATO SOCIAL “toda maneira de agir fixa ou não, suscetível de
exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior, que é geral na extensão de uma
sociedade dada, apresentando existência própria, independente de manifestações
individuais”.
7. Características dos fatos
sociais: Exterioridade e coercitivos. Primeiro conceito trabalhado por
Durkheim é o conceito de consciência coletiva esta entendida como: “o conjunto
das crenças dos sentimentos comuns à média dos membros de uma sociedade. Forma
um sistema determinado, que tem vida própria.”
8. A consciência individual é
aquela que especifica os indivíduos uns em relação aos outros, são as
características intrínsecas da personalidade individual. A consciência
coletiva só existe em função dos sentimentos e crenças presentes nas
consciências individuais, mas se distingue, pelo menos analiticamente, destas
últimas, pois evolui segundo suas próprias leis e não é apenas a expressão ou o
efeito das consciências individuais
9. Psiqué (consciência
individual) 9 Personalidade Idéias comuns a todas consciências individuais
Consciência coletiva Social e Geral
10 Sociedade funcionando
através de Leis e Regras pré- estabelecidas Problemas sociais Mudam de origem
Econômica para Crise Moral Anomia Problemas sociais originados pela ausência de
regras Organização social Normas
11. Direito e sistema
carcerário: sua função não é só punitiva, mas restitutiva, educacional. O
conceito de anomia expressa a crise, a perda de efetividade ou o desmoronamento
das normas e dos valores vigentes em uma sociedade, como consequência do seu
rápido e acelerado desenvolvimento econômico e de suas profundas alterações
sociais que debilitam a consciência coletiva, entendida como uma espécie de
poder regulador necessário que serve de moderador aos ilimitados apetites e
expectativas individuais.
12. Objeto de análise: ação
social: conduta a qual o próprio agente associa um sentido. É orientada pelo
agente conforme a conduta de outros e que transcorre em consonância com isso.
implica alguma ação significativa visando outro indivíduo. Parte da análise do
indivíduo para a sociedade.
13. Tipos de ação social: 1)
Ação tradicional: determinada por um costume ou hábito arraigado; 2) Ação
afetiva: determinada por afetos ou estados sentimentais; 3) Ação racional com
relação a valores: determinada pela crença consistente em um determinado valor
considerado importante, independente do êxito deste na realidade; 4) Ação
racional com relação a fins: determinada pelo cálculo racional que coloca os
fins e organiza os meios necessários para a consecução deste fim.
14. Marx: indivíduos inseridos
em classes sociais, por um fator econômico. Durkheim: o fundamental é a
sociedade e a integração do indivíduos nela. Weber: indivíduos e suas ações
sociais são os elementos constitutivos da sociedade.
15. Autores como Bourdieu e
Elias, procuram analisar a relação indivíduo e sociedade, e procuram integrar
ações e instituições fundamentais.
16. O indivíduo e sociedade estão
intimamente interligados, pois a existência e explicação de ambos só pode ser
feita neste contexto. Idéia de fluxo contínuo, que permite o entendimento
dentro deste contexto e configuração. No grupo social é assim: não há
separação entre indivíduo e sociedade, tudo deve ser entendido de acordo com o
contexto; caso contrário, perde-se a dinâmica da realidade e o poder de
entendimento.
17. Habitus, em Elias é segunda
natureza, saber social incorporado durante nossa vida em sociedade. O habitus
liga o indivíduo a sociedade. Ele se apresenta como (primário e secundário) –
sendo que o primeiro é aprendido nos primeiros anos de vida e nunca é
abandonado pelo indivíduo. Já o segundo são os valores que vai se adquirindo ao
longo da vida e se mescla com o primeiro.
18. Habitus é estruturado por
meio das instituições sociais dos agentes (família e escola). Habitus
primário- mais duradouro, mas não congelado. Habitus secundário- contato com
pessoas de outros universos de vida. Não contrário,mas indissociável daquele.
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