quarta-feira, 16 de março de 2011

Crescimento da Violência Urbana no Ano de 2004 nas Metrópoles Brasileiras

por Dennis de Oliveira Santos



A sociedade brasileira convive com altos índices de criminalidade urbana, instituindo um comportamento de insegurança e incapacidade dentre o seio da sociedade. Nas últimas décadas este índice elevou de forma grotesca, sendo incorporada pela mega corporação do crime organizado. No entanto, a raiz da violência não é apenas uma questão de segurança publica, mas sim, um fruto de diversos elementos.

De fato o crescimento desta violência está atrelado a uma serie de fatores sociológicos que o precede. Nota-se, por exemplo, que mais da metade da população brasileira que tem algum oficio ganha no máximo dois salários mínimos, gerando uma quantificação exorbitante de indivíduos que sobrevivem à margem da miséria.

A reprodução do capital é outro fator impar para o fortalecimento da criminalidade em nossas metrópoles. Associados aos recursos do Estado e setores industriais, poucos projetos de oportunidades de trabalho são gerados aos assalariados. Ainda se somam metas mínimas de nossos governantes com a ausência de qualificação de nossa população. Desencadeando uma serie de pessoas sem emprego, que nos pequenos delitos busca uma fonte de subsistência.

A acumulação de bens por uma pequena parcela constrói uma imensa pirâmide de desigualdade social. No topo desta, poucos usufruem um bem estar social. E a esmagadora maioria, ao pé desta pirâmide, está a mercê de toda a falta de fatores primordiais para sua estruturação social.

O nível educacional ao decorrer dos tempos contribuiu a desolação da nossa população. Com professores maus pagos e má formada, com uma defasagem de nosso sistema educacional, constitui um povo de frágil organização social. Que ao invés de criar sérios sindicatos que lutem por seus direitos, provoca inúmeros jovens prematuramente iniciados na marginalidade pela ausência de uma boa educação.

A ausência de totalidade do cumprimento das leis instituídas pelo Estado é outro fator bastante pendente na escala de fatores desta criminalidade. Por exemplo, está na constituição Brasileira, no Art. 5º que, "Todos são iguais perante a lei e garantindo-se aos Brasileiros e aos estrangeiros residentes no país o direto a vida, a liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.", onde esses direitos quase que sempre não são respeitados. É verdade que no nosso país a segurança que é atribuída à polícia de um modo geral, que ameaça a sociedade e a democracia num regime democrático, onde se prega os direitos humanos e a cidadania, mas na maioria das vezes, a violência policial viola todos esses fundamentos e não executa devidamente tais leis institucionalizadas. Outro exemplo se constata no Art. 5º Inciso III diz: "Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desumano ou degradante". Porém, dentre os países da América Latina, o Brasil tem o maior índice de óbitos em ocasião da criminalidade, onde o descaso ao presente e ameaçador crime organizado do tráfico de drogas, entorpecentes e de armas são os resultados da desorganização do Estado.

Outro alarmante fator é a violência domestica, onde as principais vitimas são mulheres entre 30 e 35 anos. Onde indivíduos com problemas alcoólicos ou financeiros, sem o devido senso de educação civil violentam suas esposas. Somado tais fatores à falta de cumprimento das leis e a carência de boas estruturas de delegacias femininas, ocasiona em 90% de retirada de queixas feitas por estas vitimas.

A falta da conscientização popular e a ausência do cumprimento dos Direitos Humanos contribuem a este estado generalizado de criminalidade, onde a tarefa mais urgente não é a sua declaração, mas sim, o de seu cumprimento. Esta frustração gera casos como o modelo carcerário, onde não se reeduca e tão pouco ressocializa o individuo. Diagnosticando um instrumento ineficiente que serve apenas para estigmatizar a área da segurança. Outros exemplos como direitos a minorias escritos nos Direitos Humanos também não são cumpridos nos país.

Aliado a todo este contexto social, a ausência do combate ao crime organizado ao longo das décadas agrava tal situação. Décadas anteriores eram menos alarmantes, roubos e assassinatos não eram efetuados diante de uma densa organização criminal. O Estado não alocou grandes verbas para combater o problema, era uma questão "invisível" para eles. Agora, há o "emprego" multinacional da industria do pó. Imensas favelas dominadas pelo poder do trafico, milhares de aliciados a uma "milícia" criminosa de Fernando Beira Mar e outros.

Aparentemente estamos num centro insolúvel desta violência urbana, a mercê de uma burocracia policial de desorganização e corrupção. Atrelados a diversos atrasos de nossos poderes judiciais, que muitas vezes se rende à corrupção oferecido por facções criminosas como PCC e o CV.

Um meio açoitado pela carência de soluções governamentais, e uma tardia consciência social. Tentando solucionar a questão com planos ineficazes como: combate ao crime pelo exercito, desarmamento da população civil, etc. Tais projetos não vão a raiz da problemática, de onde surge uma população amedrontada, que ao máximo, realiza apenas passeatas pela paz e cidadania.

Os dados demonstram total conseqüência desta questão, onde mais de 336 mil adolescentes com idades entre 15 e 19 anos vivem em regiões de elevado risco de contagio pela violência. Um país onde a taxa nacional de vitimas entre jovens de 15 a 24 anos passou, em duas décadas, de 30% para 52% por grupos de 100 mil indivíduos estudados.

Constata-se que a violência urbana é um complexo fenômeno social decorrente de diversos elementos, onde o que menos importa são as leis e os seus cumprimentos. Onde a população é vitima de propagandas enganosas em planos de supostas fáceis soluções, que submergi numa situação ainda mais caótica. Assim, procedendo a fronteira da morte e criminalidade para nossos habitantes, que com a falta de projetos firmes e uma serie de fatores sociais, forma um poder criminal em suas cidades. Poder que gera uma imensa guerrilha urbana e uma bandidagem que perdeu o respeito pela policia e outras autoridades do Estado.

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