quarta-feira, 16 de março de 2011

A Natureza Em Questão - A Poluição das Bacias Hidrográficas de Fortaleza

por Dennis de Oliveira Santos



Fortaleza vê-se mais uma vez envolvida numa catastrófica problemática a respeito de questões ambientais. Através da mídia recebemos duras denúncias da ausência de projetos ambientais para a preservação dos rios Ceará, Maranguapinho e Siqueira; seja um parque ecológico ou qualquer outro tipo de projeto que vise à preservação ambiental desses três rios.

Diante deste fato podemos construir uma indagação para refletirmos acerca do assunto: qual é a solução numa perspectiva sócio-ambiental para a preservação dos rios Ceará, Maranguapinho, Siqueira e seus entornos e mangues? Tentaremos então esboçar uma possível solução com fundamentos sociológicos para tal problemática.
Na construção da nossa própria indagação podemos obter uma possível solução para a degradação destes ambientes; devemos buscar um caminho que preze para a preservação ambiental, mas que ao mesmo tempo integre em seu intuito o desenvolvimento social das populações e empresas que utilizam os recursos naturais destes rios. Uma intensa integração das iniciativas estatais, privadas e populares, que com o constante diálogo e ações conjuntas dentre essas instituições, busquem caminhos para a reestruturação ambiental destes rios.

Sendo assim, a primeira iniciativa seria tomada pelo Estado, que é de executar leis ambientais que condenem duramente empresas que poluem estes rios com elementos químicos que não são absorvidos pela natureza, essa ação deve ser feita em primeira instância, visando antes tudo tentar minimizar a forte degradação ambiental nos rios, que atualmente é dada através de inúmeros detritos urbanos que são jogados em suas margens. Sabemos que as leis ambientais foram recentemente criadas, porém, elas já estão suficientes instauradas no âmbito de leis para que administração pública possa desempenhar seu papel de protetora de redutos ambientais, atitude que atualmente não é exercida pelos governantes que administram as regiões destes rios. Costume genuinamente da práxis da política brasileira: há leis bem construídas acerca de alguma mazela social, porém o governante brasileiro não tem o costume de usá-las diante da sociedade.

A segunda iniciativa seria uma parceria entre as instituições estatais e privadas, visando preservar o meio ambiente com projetos que estimule as empresas a participarem no execução de soluções técnicas para o problema. Por exemplo, uma solução técnica dada se baseia em que as empresas enviem seus detritos industriais diretamente para uma área de tratamento de água, que sendo devidamente tratada, poderá ser reaproveitada para o abastecimento de água para a população. Solução técnica onde a iniciativa privada sai ganhando por não está à mercê de leis ambientais que lhe puna por está poluindo os rios, e o governo exerce o seu papel de administrador público, criando um sistema que interligue diretamente as empresas com áreas de reaproveitamento de recursos hídricos, onde além de inibir a poluição, favorece a população com uma fonte a mais de recursos hídricos.

Porém, sabemos que tais projetos podem até ser pensados e criados pelo Estado, mas na maioria das vezes não é executado em função de crises administrativas, ausência de empenho estatal ou por problemas burocráticos em geral. Então é neste contexto que entra a terceira iniciativa, e talvez a mais decisiva para a preservação ambiental dos rios cearenses. Esse terceiro passo é dado através de uma demasiada cobrança da população frente ao Estado. Afinal, o cidadão que paga imposto e elege seus governantes, tem em suas mãos a forte arma da mobilização comunitária. Momento onde a comunidade esteja constantemente revogando pela execução destes projetos, forme passeatas, esteja constantemente se mobilizando através de duras críticas diante da ausência de empenho de seus governantes.

Assim, o Estado sendo duramente cobrado por seus cidadãos, desenvolveria soluções técnicas como: desenvolvimento sustentável para a população, educação ambiental nas esferas educacionais, criação de parques ambientais, aproveitamento dos recursos minerais com consciência e etc. Projetos que além de preservarem o meio ambiente e educar as comunidades entorno destes rios, geram mais um meio de produção econômica para a população.

Enfim, soluções para questões ambientais como esta só podem ser buscadas a partir de um intenso agir e diálogo entre o Estado, a iniciativa privada e as camadas populares. Neste contexto, de uma perspectiva sócio-ambiental, é que desenvolveremos leis ambientais e soluções técnicas que além de preservar o meio ambiente, favoreça as empresas e contribua para o desenvolvimento social da população.

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