domingo, 17 de agosto de 2008

Marx e a Crítica da Economia Política


Marx e a Crítica da Economia Política



Dennis de Oliveira Santos



Marx desenvolve uma crítica acerca dos conceitos e idéias propostas pela economia politica clássica, sobretudo presente nos escritos de Smith e Ricardo. Apropriando-se do sistema categorial da EPC, Marx desmonta-o e remonta numa nova ordem de exposição, de modo a levar esta ciência a implodir as contradições em que estavam encerrados os seus conceitos. Exigindo que a economia clássica preste contas de suas descobertas cientificas e confesse as razoes de suas debilidades e limitações teóricas.
Ele demonstra que a mais valia é a forma capitalista da exploração. Marx não se contrapõe a EPC uma teoria simplesmente diferente para explicar a origem da propriedade capitalista e suas leis inerentes de apropriação e distribuição de riqueza. Divide com esta ciência o pressuposto de que o direito de propriedade se funda sobre o trabalho próprio. Então ele se utiliza de uma exposição dialética para demonstrar que a troca entre capital e trabalho se dá de forma desigual. Assumindo o pressuposto da EPC de que num passado remoto, a classe capitalista adquiriu sua propriedade com o suor de seu próprio rosto, Marx se pergunta o que acontece se esse patrimônio for utilizado recorrentemente para pagar os salários dos trabalhadores. Resposta: ao cabo de certo tempo, todo esse patrimônio se constituirá em trabalho alheio não pago. Assim, quando o processo de produção é apreendido da ótica de sua renovação continua, em que cada ciclo do capital constitui ponto de partida para um outro, é o próprio trabalhador que adianta os fundos com os quais se paga o seu salário. Todo o capital se torna, assim, mais valia capitalizada.
Para chegar a esse resultado, Marx teve que realizar o que jamais foi tentado pela economia burguesa, qual seja: explicitar o movimento mediador oculto na imentalidade das categorias. É assim que a obra O Capital se faz critica da Economia Política. Crítica que consiste precisamente em desenvolver o caráter mediato das categorias econômicas. Só assim, Marx pode destruir a imediatividade indeterminada e vazia das categorias da EPC. E assim, desmistificar a falsa consciência, com suas representações próximas do mundo sensorial.


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